Vagando Pelo Astral

Após ter seu cordão de prata cortado por sua gentil mentora Marianna de Kalinot, Janus flutua pelas dependências do "Legado do Espião" e observa algumas coisas interessantes. A primeira delas é que o lugar é rodeado por uma esfera de energia gigantesca, uma espécie de redoma que aparentemente isola todo o complexo da "realidade".
Ao flutuar pelos quartos, ele observa muitas cenas as quais ele procurava, muitos casais, de todos os tipos, praticando sexo e outros atos libidinosos, mas o que chama realmente a atenção é quando ele paira sobre uma suntuosa câmara, um quarto enorme onde Marianna esta deitada, seminua, sendo acariciada e satisfeita por aproximadamente 10 pessoas. Uma das cenas mais luxuriosas que Janus já viu em sua vida. São 5 casais, todos "magicamente ativos", inclusive sendo dois deles vampiros, um homem e uma mulher, ela, mordendo e sugando o sangue do pescoço de Marianna e ele, fazendo o mesmo porém em sua coxa esquerda.
Enquanto estava absorto com a cena, Janus percebe que está sendo seguido, aparentemente alguém que também está viajando no astral, o ser se aproxima e Janus sente um frio e uma amargura intensas. Aparentemente se trata de um homem velho, com duas correntes partidas, uma em cada pulso, ele tem olhos profundos, a pele muito pálida e luminosa e uma expressão de tormento.

"Me ajude...por favor"

A criatura se afasta, assutada, não esperava que Janus reagisse rápido...o velho homem, com trapos e correntes, cabelos longos e desgrenhados e pálido como um cadáver fala com voz baixa:

"Sirvo a um mestre há mais de um século, mas agora ele se foi, eu e alguns outros seguimos o anel até aqui, mas agora o anel também se foi...é você nosso novo mestre?!"

Então você é um dos fantasmas que o anel controla. Talvez eu seja seu novo mestre ou talvez não, depende de muita coisa. Quantos de vocês o anel controla? Estão todos aqui?"

Janus agora assume uma posição mais defensiva.

O fantasma encara Janus com um olhar gélido, mas parece ter mais medo de Janus do que conseguir que Janus o tema, ele olha para o chão e murmura:

"Eu e mais dois jovem mestre, minha esposa e meu filho"

O homem continua de cabeça baixa e falando baixo

"Fizemos uma barganha com nosso mestre ainda em vida, trabalhamos para ele em troca de alguma riqueza, ele disse que não precisaríamos pagar enquanto fossemos vivos e que se Deus arrebatasse nossas almas, a dívida estaria paga. Um certo dia, nossa casa pegou fogo e morremos os três, como o senhor pode ver, Deus não arrebatou nossas almas..."

O fantasma soa amargurado e raivoso ao lembrar da história