Os Tesouros de Titânia

Durante os dias em que estiveram em Titânia, Domitilla vagou por mercados, joalherias e todo o tipo de comércio, interessada em aprender a arte da joalheria faérica. No entanto, tal arte parecia não existir de forma isolada, apenas conjugada a forja de armas e outros itens.

Até que um dia, ela se deparou com um grupo de pequenos anões, estranhos á primeira vista. Todos eram carecas, e com barbas vermelhas e longas. Carregavam caixas de metal para o que parecia ser um grande depósito, uma estrutura de metal com grandes chaminés, de onde saia uma fumaça rosa.

Por algum motivo, um dos anões se desgarrou do grupo, aparentemente abrindo uma das caixas de metal e colocando uma esfera do tamanho de um limão no bolso do pesado avental de couro. A esfera brilhava sutilmente, uma luz arroxeada.

O anão se distancia do grupo, se esgueirando pelos becos frios e metálicos da cidade tecnomântica.

Domitilla segue o anão de maneira suave, deslizando sem deixar ser percebida como alguém que está seguindo outra pessoa, apenas como se estivesse seguindo seu curso, mas memoriza o caminho até o tal galpão. Caso ela se aproxime do anão ela vai chamá-lo de maneira delicada.

O anão segue seu caminho sem suspeitar que está sendo seguido.

Domitilla percebe que as pessoas que passam por ali a observam com curiosidade, visto que o anão segue cada vez mais para um território inóspito. Ele não entra no galpão, mas continua seu caminho pelos becos, indo parar em uma rua aberta, cheirando a peixe e ferrugem, em direção a uma velha taberna aparentemente muito mal frequentada. Domitilla pode ver goblinoides, elfos negros e outras raças desagradaveis de Arcádia ao longe.

Domitilla o chama, o anão leva um susto e tropeça, quase estabacando-se na pedra úmida. Ele olha para a bela Princesa Invernal e arregala os olhos

"Oh...er...olá senhorita...posso ajudar?"

Oh sim, nobre mestre anão, perdoe-me referir-me à sua altíssima raça, mas ainda não conheço sua graça, seria demais pedir um minuto de sua atenção? O senhor parece bastante ocupado e com pressa, mas poderia lhe oferecer uma bebida por alguns minutos de sua valiosa atenção.

Domitilla se porta de maneira nobre, mesmo que sejam humildes suas palavras, ela deseja obter a "confiança" do anão e não espaventá-lo.

O anão olha para Domitilla embasbacado com sua beleza, ele ajeita a longa barba e fica acariciando-a, nitidamente distraído com a beleza da nobre.

"Ah...sim, uma bebida nunca se recusa, embora um monte de pedra fedida como eu não consiga imaginar o que uma criatura de tamanho esplendor como a senhorita possa querer dele. O monte de pedra fedida se chama Fossim, por que eu limpo fossas em troco de moedas, meu primo se chama Bostim, por que ele vai mais fundo que eu nas fossas, creio que eu esteja num patamar melhor que o dele então... milady. No que posso ser util?"

Domitilla sorri com um pequeno olhar de pena e ao mesmo tempo de prazer:

"Tirei a sorte grande, eu espero"

Aponta para a taverna e se aproxima para acompanhá-lo para dentro, ela se senta e pede uma bebida para os dois, ela olha calmamente em volta apenas para se assegurar de possíveis ameaças, ela não está de guarda baixa, só preferiu acompanhar o anão até um lugar onde ele ficaria mais "confortável".

A taverna simplesmente para quando Domitilla entra com o anão. Alguns goblinoides fazem reverência (o que mostra que ela já é bem conhecida entre a escória da corte do inverno, mesmo os exilados, na verdade ela percebe que o reconhecimento se dá de invernal para invernal, não necessariamente que eles saibam quem ela é ou seu nome, sabem que é invernal e certamente uma nobre)
Alguns anões olham para Fossim com inveja, não de Domitilla mas por saberem que ele terá bebida de graça.

Alguns elfos negros saúdam Domitilla com um brinde e erguendo os copos enquanto um bardo troca o repertório para uma canção de inverno.

"A senhora parece ser bem quista onde quer que vá Milady, orbigado pela bebida, guardarei a caneca para sempre."

Apesar de vir de terras frias, tento sempre ser gentil e causar boa impressão.

Domitilla sorri agradavelmente para a taverna, meneando a cabeça em sinal de cumprimento aos elfos, sorrindo para os goblinóides e agradecendo ao bardo. Pede que seja servida a melhor bebida da casa ao anão e que uma rodada de bebidas seja servida à taverna, ela acredita que isso vai causar um furor que vai distrair um pouco o povo que poderia querer "cercá-la", senta-se em algum lugar um pouco mais silencioso com o anão e brinda com ele.

Bom, meu nobre senhor Fossim, primeiramente quero que se sinta à vontade, se tiver fome peça o que desejar comer, hoje o senhor está por minha conta. Eu não pude deixar de notar que o senhor ia junto de um grupo para um galpão na parte mais central, e eu estava muito curiosa para saber o que havia lá, então, pensei que o senhor poderia saciar minha curiosidade, eu sou uma joalheira e desejo aprender mais dos segredos das jóias das fadas, o senhor parece conhecê-las bem, eu suponho.

O anão sorri qaundo a cerveja é trazida e assim como Domitilla planejou, a rodada gratuita gera agradecimentos, brindes e risadas

"Viav a Lady Invernal!" "Dhana a proteja Milady!" "casa comigo!"

Fossim se ajeita na cadeira e sem cerimonias pede um prato de batatas cozidas para acompanhar a cerveja, respondendo calmamente á Domitilla

"Ah sim joias...a senhora deve ter visto uma das esferas do ar...carregamos as pedras para a fabricação de máquinas, elas servem para diversas funções, todas vem dos reinos inanimae entende, são caras sim...mas a guilda tem muitas, eles tem um tratado com os Reis Inanimae e as conseguem facilmente. Não faz mal guardar uma para mim, sempre as consigo. Eu estava mesmo vindo para cá encontrar meu comprador, a senhora deseja uma também?"

Dimitilla sorri em aprovação.

Seria mentira dizer que não tenho interesse em possuí-las, mas meu interesse maior é em fabricá-las, talvez o senhor possa me ajudar, posso pagar bem por suas informações ou mesmo seus conselhos, quem sabe torná-lo algo mais importante... Entenda, senhor Fossim, eu sou uma estudiosa, mas apenas esse título não me interessa, e aqueles que se aproximam de mim por lealdade vão me seguir rumo ao topo, o senhor não deve escutar isso sempre e tenho certeza que sua alma almeja muito mais do que apenas limpar fossas, me diga, senhor Fossim, quais são seus sonhos e o que o senhor poderia me oferecer buscando realizá-los?

Domitilla fica com um olhar penetrante e um sorriso malicioso, quase como se tivesse absoluta certeza de que se o anão pedisse o mundo ela poderia lhe dar.

Ah sim...possuo sonhos Milady, sou um anão de muitas habilidades, limpar fossas é a menor delas. Mas veja, consigo limpa-las e sair com o minimo de fedor possivel, ao contrario do meu primo Bostim, que fede como um gambá de bruxa. Mas receio que não exista uma forma de fabricar tal gema minha senhora. Elas são colhidas nos corações dos reinos Inanimae, possuem propriedades mágicas e são matéria prima para várias das máquinas e armas que a senhora vê em Titânia. Dizem que o Titã mesmo possui a maior de todas as esferas do fogo como coração, uma gema vermelha com fogo dentro, do tamanho da minha cabeça. Mas para servi-la, com a a juda suficiente poderia lhe garantir uma jazida em cada um dos 4 reinos elementais. Uma unica esfera como essa (ele escorrega a esfera roxeada que Domitilla viu anteriormente o anão roubar por debaixo da mesa) é capaz de alimentar uma Magitek por 200 anos. Se usada em uma arma mais simples, como uma besta voltaica ou um arco de raios, ou até mesmo uma espada elétrica, os efeitos são infinitos.

As batatas chegam, ele saboreia uma por uma

"Mas se a senhora me pede um preço, tenho um humilde. Fui expulso por minha familia em Flachen, eu e meu primo, gostaria de poder voltar para lá rico e poderoso, e chutar meu tio do comando da familia, construir um castelo com uma mina e colocar algumas elfas escravas para trabalhar para mim. Acha que peço muito minha senhora?"

Domitilla levanta a sobrancelha um tanto quanto perplexa.

Humilde? Seu preço não é humilde, mas não é injusto, devo admitir. Talvez eu possa conseguir seu retorno às suas terras como um nobre rico e poderoso, mas não tão cedo quanto espera, existem coisas que ainda preciso adquirir antes de poder fornecer a você tal pagamento. Vamos começar aos poucos, senhor Fossim, quanto gostaria por essa pedra que carrega consigo? Ou se o senhor já tiver comprador para ela, eu jamais gostaria de estragar seus negócios, talvez eu possa encomendar algo... para uma negociação futura... o que o senhor me diz? Podemos talvez sermos sócios nessas jazidas, nada que não pudéssemos chegar a valores satisfatórios a ambos.

Paulo, a Domitilla tem barganha 4 na planilha, aí você vê como acha que isso soou para ele.

O anão sorri satisfeito e se reclina na cadeira de madeira

Sei que o que pedi não é tão humilde assim Milady, mas sou um anão ganancioso, do tipo que quer sempre o melhor. A senhora me parece uma nobre poderosa e se tive a sorte de atrair sua atenção, preciso aproveitar essa chance. Me coloco a sua inteira disposição. Não sou nada agora Milady, mas posso me tornar aquilo no que quiser me moldar. O que posso lhe oferecer agora é minha lealdade e meus conhecimentos. Essa esfera é sua, como um gesto de confiança e um presente de agradecimento pelos agrados que me deu. Posso conseguir outras e meu comprador pode esperar mais um dia ou dois.

Domitilla abre um largo sorriso, muito satisfeita com o presente.

Eu não sei como agradecer, mestre Fossim, o senhor foi especialmente gentil em dividir comigo suas informações e em me presentear, não costumo fazer acordos de um lado só e um presente é sempre "pago" com outro, me diga onde posso encontrá-lo, lhe enviarei algo que o agradará e será uma marca de minha confiança no senhor. Voltarei a procurá-lo para podermos negociar nosso futuro.

Domitilla guarda a pedra consigo e deixa uma quantia considerável para que ele se deleite na taverna.

Como eu lhe disse, hoje a noite é por minha conta....

E falando isso ela levanta a taça, bebe mais um gole e sai da taverna. (só adiantei isso, mas ela vai esperar ele responder onde ela pode encontrá-lo, mas isso poupa uma ação "qualquer" depois)